quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Faink NÃO!

Textinho (editado) que eu escrevi ao Tico Santa Cruz em resposta ao berros de preconceituoso que ele recebeu pela frase "Como posso reclamar dessas meninas que inventaram o quadradinho de 8 se não existem escolas para todos no Brasil?". Na oportunidade ele disse que entende que o FUNK é uma manifestação cultural Legítima e que ali existem cabeças pensantes. Eu discordei. Segue:

Tico Santa Cruz, discordo de você! O Funk não é uma manifestação cultural legítima e não existem cabeças pensantes ali.
É algo que precisa ser combatido e "pejorativado" o tempo todo, pois hoje essa manifestação cultural, é o porta voz da imbecilidade funcional que serve pra controlar e unificar as massas, porque ela vai da favela à universidade, dos sem camisa aos "encamisados" da Hollister, criando a noção de establishment comportamental a ser seguido, a ser aceito e a ser produzido.

Não fosse pela promoção da televisão carioca e da falência da elite intelectual fluminense (falida há décadas), que adora "vender" e "comprar" mulatas e gostosas da favela, o funk continuaria socialmente marginalizado (como era nos anos 80). Embora mais 'inocente'.

Por falar em anos 80, me lembro quando criança, que as gostosas da época, Gretchen e Rita Cadillac, entre outras sirigaitas, já faziam sua turnê da bunda Brasil afora (ou "adentro"), se exibindo em locais predominantemente de homens desajustados nos interiores à beira de rodovias relativamente movimentadas. Eram, elas e eles, o público que pagava pra ver um pseudo pompoar, os marginais da época. Gente invisível, estereotipada (leram o sirigaita ali acima?) e movida por uma subcultura distante demais das capitais (parafraseando Humberto Gessinger). Más em nenhum momento elas eram tratadas ou se comportavam como celebridades ou artistas vendíveis como produto em catálogos de cultura geral e nunca dividiam agenda em casas de show consagradas nas grandes cidades, como hoje faz, pra citar um exemplo, Valeska Popozuda. É preciso dizer que hoje o público que vê a popozuda faz faculdade e tem "pós". Boa parte dele. Bom sinal? Acho que não.

Hoje, não sabemos o que querem dizer os artistas do mainstream nacional - internacional também, há que se dizer - e nem sabemos o estilo que tocam, porque num mesmo palco que sobe Mr Catra, logo toca Gustavo Lima que em seguida se juntará a Aviões do Forró pra fazerem os três, um final com direito a Pot-Pourri bizarro (isso sem falar que possivelmente Cláudia Leite ficaria super à vontade junto a eles). Uma espécie de Tutti-frutti de gêneros e sub gêneros instantâneos (O rei do arrocha, o rei do melody, o rei do vanera....são os titulares dos flyers e outdoors espalhados por aí).

Embora, tais estilos, sendo machistas, preconceituosos e cultuadores de materialismo barato, tomem rumos diferentes (porém próximos, por certo) do funk, que gira em torno da banalização do sexo e da mulher de uma forma geral (impossível não generalizar), eles ainda e também são cultura imbecilizante descartável de curta duração.

Portanto, quando aceitamos que isso seja legítimo no sentido de produção cultural e que em alguma parte em algum lugar por alguma pessoa surgirá alguma obra louvável dentro desse universo funk, estaremos contribuindo para a imbecilidade geral.

No mais, se você é preconceituoso como dizem alguns, então, só tenho a dizer o que diz a meninada de resposta curta hoje em dia: #tamojunto!