Textinho
(editado) que eu escrevi ao Tico Santa Cruz em resposta ao berros de
preconceituoso que ele recebeu pela frase "Como posso reclamar dessas
meninas que inventaram o quadradinho de 8 se não existem escolas para
todos no Brasil?". Na oportunidade ele disse que entende que o FUNK é
uma manifestação cultural Legítima e que ali existem cabeças pensantes.
Eu discordei. Segue:
Tico Santa Cruz, discordo de você! O Funk não é uma manifestação cultural legítima e não existem cabeças pensantes ali.
É algo que precisa ser combatido e "pejorativado" o tempo todo, pois
hoje essa manifestação cultural, é o porta voz da imbecilidade funcional
que serve pra controlar e unificar as massas, porque ela vai da favela à
universidade, dos sem camisa aos "encamisados" da Hollister, criando a
noção de establishment comportamental a ser seguido, a ser aceito e a
ser produzido.
Não fosse pela promoção da televisão carioca e
da falência da elite intelectual fluminense (falida há décadas), que
adora "vender" e "comprar" mulatas e gostosas da favela, o funk
continuaria socialmente marginalizado (como era nos anos 80). Embora mais 'inocente'.
Por falar em anos 80, me lembro quando criança, que as gostosas da
época, Gretchen e Rita Cadillac, entre outras sirigaitas, já faziam sua
turnê da bunda Brasil afora (ou "adentro"), se exibindo em locais
predominantemente de homens desajustados nos interiores à beira de
rodovias relativamente movimentadas. Eram, elas e eles, o público que
pagava pra ver um pseudo pompoar, os marginais da época. Gente
invisível, estereotipada (leram o sirigaita ali acima?) e movida por uma
subcultura distante demais das capitais (parafraseando Humberto
Gessinger). Más em nenhum momento elas eram tratadas ou se comportavam
como celebridades ou artistas vendíveis como produto em catálogos de
cultura geral e nunca dividiam agenda em casas de show consagradas nas
grandes cidades, como hoje faz, pra citar um exemplo, Valeska Popozuda. É
preciso dizer que hoje o público que vê a popozuda faz faculdade e tem
"pós". Boa parte dele. Bom sinal? Acho que não.
Hoje, não
sabemos o que querem dizer os artistas do mainstream nacional -
internacional também, há que se dizer - e nem sabemos o estilo que
tocam, porque num mesmo palco que sobe Mr Catra, logo toca Gustavo Lima
que em seguida se juntará a Aviões do Forró pra fazerem os três, um
final com direito a Pot-Pourri bizarro (isso sem falar que possivelmente
Cláudia Leite ficaria super à vontade junto a eles). Uma espécie de
Tutti-frutti de gêneros e sub gêneros instantâneos (O rei do arrocha, o
rei do melody, o rei do vanera....são os titulares dos flyers e outdoors
espalhados por aí).
Embora, tais estilos, sendo machistas,
preconceituosos e cultuadores de materialismo barato, tomem rumos
diferentes (porém próximos, por certo) do funk, que gira em torno da
banalização do sexo e da mulher de uma forma geral (impossível não
generalizar), eles ainda e também são cultura imbecilizante descartável
de curta duração.
Portanto, quando aceitamos que isso seja
legítimo no sentido de produção cultural e que em alguma parte em algum
lugar por alguma pessoa surgirá alguma obra louvável dentro desse
universo funk, estaremos contribuindo para a imbecilidade geral.
No mais, se você é preconceituoso como dizem alguns, então, só tenho a
dizer o que diz a meninada de resposta curta hoje em dia: #tamojunto!
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